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quarta-feira, julho 28, 2004
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DIA 4
mesmo se os passos do meu demónio, percorrendo os corredores estreitos, contam o tempo, há horas de uma densidade insuportável. estou aqui presa há séculos, parece-me. ouço os passos, o eco do corpo sobre o chão, mas o meu demónio não se move. uma agonia visceral confrange-me as entranhas. estranho é que, na familiaridade do horror, só o medo susbsista.
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posted by saturnine
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14:12
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terça-feira, julho 27, 2004
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DIA 3
um demónio é uma ideia que sofre. não é horrenda a imagem de um monstro que me habita. a sua tristeza é semelhante à minha. ambos mendigamos por um pouco de existência. ambos procuramos um lugar ausente, um reino qualquer que se cumpra. |
posted by saturnine
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23:54
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segunda-feira, julho 26, 2004
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a cada hora repito as mesmas tarefas, decalco as sombras negras do dia que se move, se eu pudesse riscava era um nome sobre a pedra, mas não há deserto ou silêncio suficiente para tanto desconcerto. |
posted by saturnine
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17:36
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domingo, julho 25, 2004
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reconheço cada pedra, cada vinco deste chão, é antigo o ofício de tactear os escombros nos lugares de pouca luz. nos olhos do meu demónio passeiam sombras dispersas. dele se ausentou o horror, só resta a gravidade, a noite longa sem princípio nem fim, os corredores que percorremos juntos em silêncio, o sopro quente de um verão, mais uma vez, emparedado. |
posted by saturnine
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22:27
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Pablo Picasso
Minotauro
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Lhasa
Soon this place will be too
small
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into the labirynth
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saturnine,
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